Prisão de Duque e Assad aproxima investigação do ex-presidente e expõe o vexame do Supremo Tribunal Federal
Não adiantou o STF vergonhosamente mandar soltar e depois deixar solto o petista graúdo Renato Duque, a pedido do ex-presidente da República.
A Operação Lava Jato acaba de prender de novo o ex-diretor de Serviços da Petrobras, afilhado do mensaleiro José Dirceu.
Motivo: o Ministério Público Federal descobriu que ele continuou lavando dinheiro mesmo depois da deflagração da Lava Jato, em março de 2014.
Duque, de fato, “esvaziou” suas contas na Suíça e enviou 20 milhões de euros para contas secretas no principado de Mônaco. O dinheiro, que não havia sido declarado à Receita Federal, acabou bloqueado pelas autoridades locais.
A 10ª fase da Lava Jato, batizada de “Que país é esse?”, responde portanto no nome e na prática ao cinismo de Duque, que pronunciou essa pergunta no dia em que foi preso pela primeira vez, em novembro do ano passado.
Como não adorar o trabalho do juiz Sérgio Moro e dos procuradores do MPF?
De quebra, eles pegaram também Adir Assad, apontado como verdadeiro dono de empresas utilizadas pelas empreiteiras para lavar dinheiro no esquema do petrolão.
Na época da CPI do Cachoeira, a VEJA descreveu Assad como o “rei dos laranjas e dos caixas de campanha”, tendo faturado 1 bilhão de reais com serviços de corrupção e financiamento clandestino de candidatos.
Queridinha do governo Lula, a JBS Friboi pagou 1 milhão de reais, na “véspera da eleição” de 2010, a uma empresa de Assad. Em 2011, a usina São Fernando Açúcar e Álcool desembolsou 3 milhões de reais para Assad.
O dono da JBS é “amigo do peito do ex-presidente” e o dono da São Fernando é José Carlos Bumlai, amigo íntimo de Lula que se tornou peça-chave do petrolão.
Foi Bumlai quem:
1) garantiu a Fernando Baiano, operador do PMDB no esquema, o livre acesso dentro da Petrobras;
2) avalizou a nomeação do até então desconhecido funcionário Nestor Cerveró para diretor internacional da estatal;
3) assegurou os “privilégios” da UTC junto à Petrobras, permitindo que ela se tornasse uma das maiores empreiteiras do Brasil e uma das maiores doadoras do PT.
O desespero petista
É por essas e decerto outras que Gerson Camarotti, do G1, escreveu que “integrantes da cúpula do PT ouvidos pelo blog demonstraram apreensão com a prisão de Renato Duque. Apesar das negativas oficiais, no PT todos reconhecem que Duque era um homem ligado ao partido, principalmente a José Dirceu. O temor na legenda é que uma prisão prolongada de Duque acabe tendo efeito psicológico sobre o ex-diretor semelhante ao que ocorreu com Paulo Roberto Costa, que, depois de preso pela segunda vez, acabou fazendo delação premiada”.
O PT, portanto, teme que Duque diga a verdade e entregue seus comparsas do alto escalão.
Em mais uma jogada de craque, Sérgio Moro lavou a jato o caminho para chegar a Lula. Os 2,2 milhões de brasileiros que foram às ruas contra Dilma e o lulopetismo no domingo, segundo atualização do G1 nesta segunda, podem comemorar mais essa vitória.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil