quarta-feira, 3 de junho de 2015

Abordagens sobre gênero e sexualidade no PME dividem opiniões em Paranavaí

O Plano Municipal de Educação precisa ser sancionado até o dia 24 de junho, e ainda nesta semana deverá ser encaminhado para votação na Câmara de Vereadores. Debates na cidade têm sido acalorados




O Plano Municipal de Educação (PME) tem sido motivo de debates acalorados em Paranavaí. De um lado estão pessoas contrárias à utilização dos termos “igualdade de gênero” e “orientação sexual”. De outro, grupos favoráveis.
O prazo estipulado pelo Governo Federal para que o texto seja sancionado pelos prefeitos de todo o Brasil termina no dia 24 de junho, mas em muitos municípios sequer foi votado pelos vereadores. É o caso de Paranavaí.
Ainda não há data prevista para a apreciação do texto na Câmara dos Vereadores, porque o texto não foi encaminhado pela equipe da Administração Municipal, o que deverá acontecer ainda nesta semana, segundo a secretária de Educação, Cida Gonçalves.
Ela explicou que o texto foi amplamente discutido, inclusive em audiência pública, por isso não será alterado. “Não fala de ideologia de gênero, como alguns têm espalhado. A palavra ideologia não aparece”. O que se busca, disse Cida, é que haja equidade para todos.
Na avaliação da secretária, o PME propõe respeito à diversidade, seja de gênero, de cor, de poder aquisitivo ou orientação sexual. “O objetivo é garantir direitos iguais e ensino público de qualidade”, enfatizou Cida.
Ao contrário do argumento apresentado por alguns grupos, não existe proposta de doutrinação sexual para os alunos. A secretária explicou que a grade de formação dos professores é que inclui estudos sobre sexualidade e diversidade, para que saibam lidar com todos os tipos de situações em sala de aula.
Integrante do Núcleo de Pesquisas em Diversidade Sexual de Paranavaí, Marcos da Cruz defendeu o texto do Plano Municipal de Educação sem alterações. Ele reiterou os argumentos apresentados por Cida Gonçalves e lembrou que o estudo sobre sexualidade não aparece na educação infantil.
Cruz também disse que a retirada dos termos suspenderia o repasse de verbas para a Secretaria Municipal de Educação para a formação dos professores em relação a temáticas como violência contra a mulher, diversidade, indígenas, idosos e afro-descendentes.
Outro ponto destacado por Cruz foi o fato de que o PME não retira o papel da família na formação das crianças e não impede a participação de pais, mães ou responsáveis na vida escolar dos estudantes.
POSICIONAMENTO DO FÓRUM EVANGÉLICO - Enquanto o debate se estende, integrantes do Fórum Evangélico de Conscientização Política apresentaram na Câmara de Vereadores a proposta de criação do “Programa Escola sem Partido”. O objetivo é “resguardar as crianças e famílias de propostas como as inseridas no Plano Municipal de Educação de Paranavaí”.
Em nota enviada ao Diário do Noroeste, os representantes do grupo religioso defendem que “é necessário pôr um fim em todo tipo de ideologias ensinadas nas salas de aula, que fogem do conteúdo programático”.
O presidente do Fórum Evangélico de Conscientização Política, pastor Oséas Rodrigues, afirmou: “A aprovação do projeto inibirá a ação de professores ‘ideologistas’ que, apesar de não fazerem parte do conteúdo programático das escolas, difundem suas ideologias no que tange a questão de gênero, religião e política”.
Conforme o texto enviado ao DN, “o pensamento do segmento evangélico é que não pode continuar omisso assistindo passivamente os acontecimentos que evoluem no rumo da erotização de crianças em sala de aula como vem acontecendo
Fonte:
http://www.diariodonoroeste.com.br/noticia/cidades/local/68422-abordagens-sobre-genero-e-sexualidade-no-pme-dividem-opinioes-em-paranavai#.VW9KYM9Vjp4